segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Suja.

''Comigo você pode ser suja, verdadeira, intensa...'' - respondeu mentalmente. A indagação havia sido feita em palavras escritas, nada mais justo do que responder em palavras imaginárias.

Entorna toda a perversão acumulada em seu corpo e me faz alvo
Me molha de suor e me arranca sangue na unha, me encharca no dilúvio do orgasmo
Deixa o ambiente com cheiro de paixão consumada, sem vergonhas ou pudores
Vem para o meu leito e encarne mais um dos meus mil amores
Entre os cúmplices para o crime do pecado carnal, estarão além de nós, mais quatro paredes brancas e curiosas
Quatro mudos fetichistas, escravos do voyeurismo, observadores complacentes
Luz acesa, olhos nos olhos, olhos também  no resto que não enxerga, por que não?
Quente.. fervendo em pressão, deixando brancas as pontas dos dedos... é o toque.
Gosto de quero mais, o não querendo ser sim da forma mais descarada possível
A cama não se contentou em ficar bagunçada sozinha, o quarto virou história
Vítima de uma guerra passional, onde o bom samaritanismo lutou feroz contra a ideia do usar e abusar
Conscientemente aconteceu um apocalipse físico, deleite total
Mas no resumo da história aconteceu diferente e o lema acabou sendo:

 ''me ensina a solidão de ser só dois''

No fim foi só isso, que apesar de muito, não foi dos mais maiores
O coração que geralmente é ator principal resolveu ser coadjuvante, não quis se envolver e resolveu ir tomar um sorvete na padaria... o sabor ninguém nunca soube.

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