segunda-feira, 29 de julho de 2013

Cíclico inevitável

Olha você, sempre sorrindo com meus dentes e chorando com minhas lágrimas, nem sequer pede licença pra invadir a privacidade do meu coração morno. Eu devo dizer que tenho grande culpa no cartório, te deixei chegar até aí e te dei o poder de ser responsável pelas minhas mudanças de humor. Sei que nunca deveria ter permitido isso. 
Não posso dizer que me arrependo, não mesmo. Eu, como se fosse um jogo de lego, comecei a crescer, e como cresci. Me tornei um castelo colorido de emoções e experiências, que nunca teria sido sem o sufoco da presença alienígena de outro coração.
Dizem que as árvores crescem do jeito que lhe são permitidas crescer pelo seu ambiente, e assim você cresceu e tomou proporções magnânimas no meu jardim. E digo mais, é difícil podar árvores que tomaram tanto espaço, a nudez da paisagem simplesmente parece incomodar mais do que a erva daninha em si, além do que, a tesoura feita de lembranças boas enferrujou com as lágrimas, e tem um corte lento e cego.

Jardinagem de emoções, lembranças, memórias... podando o venenoso e semeando a vida.
 
Mas é o melhor, sim eu sei que é. Meu jardim vai voltar a florescer, e se houverem alguns ataques verminosos, ervas daninhas ou mesmo lenhadores mal intencionados, depois de tudo o que você me ensinou, nada pode realmente vir a ser um problema.
Um brinde ao passado sim, um beijo para ele e vinde a mim futuro generoso, estou te esperando de coração aberto, ciclicamente pronto para sorrir e chorar de novo.

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