domingo, 13 de outubro de 2013

Pontas

Minha almofadinha que estava cheia de agulhas agora respira melhor! Que bom que cada pontinha acabou sendo útil, abrindo espaço pro ar passar e preencher o vazio.
Mil vezes pensando nas dores e bolores, o drama do momento era sempre mais melódico do que a harmonia realmente pedia e no fim o ar fez muitíssimo bem, obrigado. 
Afiadas, as pontas deixaram um verdadeiro queijo suíço, formigueiro, esponja... mas como o terreno era fofo e cheio de fé, esperança ou o almejo que o valha, tudo ficou bem.
Alguns fios soltos formaram um ninho de gato bem interessante, me senti uma criança brincando com linhas ou uma velha Parca tentando ler a sorte de um refrão que ainda não parecia estar nem perto de chegar, uma vez que a segunda estrofe estava ali quase pela terceira linha. Mas acho que é inevitável. A ordem natural das coisas manda os girinos se sentirem sapos, e é assim que a banda toca, de improviso.
Cargas d'agua que acabam sem um bom motivo, explicações mal contadas, conversa fiada pra cochilo bovino... Faz parte da "girinêz". Todo alto de duas estrofes mandando o maior fuzuê de responsabilidade moral, o círculo ali te cobrando mais conhecimento de causa do que você de fato vivenciou e você ainda lembra que costumava se sentir dono da própria venta quando não passava de uma linha e meia.
Quase duas longas horas depois de ter começado a pensar, acabo chegando a conclusão de que conclusões não servem mais do que cabides quebrados. Completa perda de tempo concluir o que quer que seja a respeito do que for, a relatividade vai acabar te comendo com farinha. Seria muita prepotencia acreditar em qualquer conversa regida por parcialidade.
Como fez bem essa história de pontadas, sério.

Nenhum comentário:

Postar um comentário